papa-livros

Bem-vindos!
"papa-livros", título proposto pelos alunos do 9º ano (2007/08), é o "blogue" da BE/CRE da Escola Secundária de Sampaio.
Está aberto à participação de todos (alunos, professores, funcionários e pais/encarregados de educação).
Se quiseres participar, envia o teu texto/imagens para papalivros0@gmail.com

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Projecto "Ler, ver, ouvir - pensar o mundo"

Eis dois dos títulos, adquiridos no âmbito do Projecto "Ler, ver, ouvir - pensar o mundo", que têm sido trabalhados nas disciplinas de Língua Portuguesa e de Estudo Acompanhado no 8º ano. Alguns dos trabalhos produzidos pelos alunos do 8º C e outros materiais podem ser consultados/vistos em http://becresampaio.wordpress.com/projectos/.

Biblioteca desenhada (alunos do 12º F)

Os alunos do 12º F, na disciplina de Oficina de Artes, sob a orientação da professora Mariana Alves, passaram algumas tardes na Biblioteca da escola. Parte do trabalho realizado encontra-se neste momento exposto nas vitrinas exteriores e num "placard" no interior da BE. Além dos desenhos expressivos, podes ver algumas propostas de reorganização do espaço. Eis algumas fotografias:

terça-feira, 11 de maio de 2010

"Para mais tarde recordar..."

Dia Mundial do Livro, Dia Mundial do Sorriso, Eurico Gonçalves, concurso de marcadores, "Recortes da Leonor", eis algumas actividades dinamizadas pela BE e pelos grupos de Português e de Artes Visuais. A reportagem fotográfica encontra-se aqui
(Nota: se, por acaso, não quiseres que a tua fotografia esteja na "Net", diz-nos que nós retiramo-la).

Olhares - Exposição de fotografia - Área de Projecto

Imagens da exposição de fotografia na BE de 10 a 14 de Maio. Trata-se de um trabalho desenvolvido por Carlos Duarte, Carlos Nabais e Luís Luz, alunos do 12º C, no âmbito de Área de Projecto.
Se quiseres saber mais, consulta http://olharessampaio.pt.vu/.

Os nossos pequenos poetas (5)

Invento cada dia um novo mundo,
Sonho cada noite com outro olhar...
Acredito que um dia, um dia, vou voar!...
Bem leve, de tão vazia, vou deixar de brilhar
E, entretanto, vou só tentar não chorar.
Levemente, vou flutuar, procurando um outro luar...

Isabel Pinto, 8º A

Os nossos pequenos poetas (4)

Todos nós acreditamos em criaturas mitológicas,
fantásticas, com poderes fabulosos, criaturas que alteram
as nossas vidas.

Mas eu, não.

Desde pequeno que não sou alimentado por sonhos,
 apenas um, muito invulgar, muito distante.
Eu sempre acreditei na
Imortalidade.

Bem, eu não era como as outras crianças, elas não sabiam o que era a morte,
eu acreditava simplesmente que ela nunca me apanharia.

Vivi a minha vida, bem, feliz e imortal, como uma criança livre,
que vive envolvida por vento, perfume e verão.

E, tal como todos os outros, apercebi-me de que a morte apanhava todos.
Não acreditei, zanguei-me, entristeci e cresci.

Fui uma fénix. Nasci, vivi, morri e renasci.

E o dia em que renasci foi o dia mais feliz da minha vida, pois foi o dia
em que percebi que a vida é para ser vivida como quisermos.
O dia em que renasci foi o dia em que te conheci, a ti.

Nuno Oliveira, 8º A

Os nossos pequenos poetas (3)

Cavalo
Cavalgando, sonhador
quando o vento lhe atravessa as crinas,
vagabundo...

Sem rumo, cavalga apenas,
louco, livre, solto.

(Uma vida de prisão,
com ferros ferindo os lábios,
os pontapés na barriga...
Ó, meu deus, como eu queria
poder soltá-los um dia...)

Joana Bem Correia Pires

Os nossos pequenos poetas (2)

TUDO
Tudo é tudo.
Tudo pode ser uma pedra no sapato,
é tudo.
Tudo pode ser água, uma lágrima,
tudo pode até ser nada.
Tudo é esta folha em que estou a escrever,
tudo é um poema, uma palavra, um livro,
tudo é amor.
O amor é o que sentimos quando vemos "o tal",
isso é tudo.
É família, felicidade, tudo com "f", com "c",, com "d",
tudo, a palavra tudo quer dizer tudo.
O tudo desperta em nós a vida!
Que mais posso dizer?
Tudo é a vida!

Carolina Nunes, 7º B

Os nossos pequenos poetas (1)

 algures
no mar
um sonhador a remar

Sonhava um dia
ser um grande pescador
deitado na areia
observava o mar e o seu marulhar

As ondas batiam nas rochas
fazendo sons estranhos, mas doces
doces como o açúcar debaixo da língua
deixando marcas nas rochas

Essas marcas nas rochas
eram buraquinhos pequeninos
onde cresciam bichinhos
como mexilhões

O sonhador ficava fascinado
com toda a magia do mar
tinha uma imaginação fértil
mas que mal é que isso faz?

Carolina Nunes, 7º B

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Pensar o mundo (4)

Sebastião Salgado

Mote

“A mesma esquizofrénica humanidade capaz de enviar instrumentos a um planeta para estudar a composição das suas rochas, assiste indiferente à morte de milhões de pessoas pela fome. Chega-se mais facilmente a Marte do que ao nosso próprio semelhante.”
José Saramago
Volta
"O Homem é um ser bastante complexo, dotado de inteligência, capacidade de evolução, de cometer a melhor das acções assim como a mais vil.
Ao longo dos anos, a Humanidade tem assistido a um forte processo evolutivo, em especial no campo tecnológico e científico. Criaram-se telemóveis, portáteis...
Desde muito cedo que o homem sonhava com o que haveria para além do céu, seria infinito? Encontrar-se-ia Deus? A única maneira de obter as respostas seria ir mais além, enviar pessoas para o espaço. Graças ao foguetão, o homem pôde, por fim, ver o que o espaço reservava, mas mesmo assim não era suficiente.
Muitos anos de estudo e biliões de dólares foram gastos  até que se conseguisse construir máquinas que pudessem estudar outros planetas, a composição das suas rochas, se eram ou não habitáveis; porém, parece que nos esquecemos do que realmente importa: o nosso planeta, nós.
Podemos ter evoluído tecnologicamente, mas como pessoas não. Não consigo entender como é possível que se gaste tanto dinheiro com coisas superfluas, máquinas para estudar outros planetas quando o nosso se encontra num estado tão degradado.
Todos os dias ocorrem tragédias, quer sejam pela mão da Natureza, quer pela mão do ser humano, ora são sismos e cheias, ora são assaltos e sequestros à mão armada.
Concordo plenamente com a vontade de conhecer o desconhecido e estudar outros planetas, de se criar e inventar máquinas que facilitem o conhecimento do universo. Porém, só devíamos fazê-lo depois de resolvermos todos os problemas que temos por cá. Com os biliões gastos na investigação espacial, poderíamos salvar milhões de crianças que diariamente passam fome ou vivem nas ruas em condições completamente desumanas.
O Homem parece ter-se esquecido das necessidades básicas do nosso semelhante, de ajudar o próximo, de cumprimentar as pessoas que passam por nós, elogiar alguém. Temos de aprender a sorrir, a amar e a ser amado, resolver primeiro os problemas do nosso mundo e de nós próprios e só depois partirmos para outros planetas, outras galáxias."
Ricardo Francisco, 12º D

Pensar o mundo (3)

Sebastião Salgado
Mote

“A mesma esquizofrénica humanidade capaz de enviar instrumentos a um planeta para estudar a composição das suas rochas, assiste indiferente à morte de milhões de pessoas pela fome. Chega-se mais facilmente a Marte do que ao nosso próprio semelhante.”
José Saramago

Volta
"Saramago afirma, e com toda a razão, que nos é mais fácil chegar a Marte do que a alguém que realmente necessite da nossa ajuda. Gastamos mais fundo nos projectos espaciais do que gastamos em campanhas de purificação de água de países cujos habitantes não sobrevivirão sem essas campanhas.
Como é possível que nos interesse mais um planeta morto do que a vida de tantos seres humanos? Eles estão aqui, na Terra, no máximo a uns milhares de quilómetros (distância esta que é facilmente transponível de avião) enquanto Marte se encontra a anos-luz de nós. Que lógica retorcida rege as pessoas? Devemos deixar uma criança morrer à fome por um pedaço de pedra? O que ganhamos com isso? Como podemos ficar agarrados ao ecrã de uma televisão quando sabemos da descoberta de algo novo tão longe de nós e reagimos com indiferença às catátrofes que assolam o nosso planeta? Olhamos para a televisão e soltamos frases de espanto e pesar - "que coisa horrível!" ou "pobrezinhos, ficaram sem casa!"- e voltamos ao nosso jantar ou ao nosso jogo de computador sem que isso nos afecte mais do que um segundo do nosso dia. Vemos um mendigo na rua e muitas vezes nem lhe dispensamos um segundo do nosso pensamento, mas, se descobrirmos que um piloto de um vaivém espacial morreu, o seu nome estará na nossa mente dias a fio e ele ficará, decerto, para a História."
Marta Guimarães, 12º D

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Dia da Língua Portuguesa - "Poema mosaico"

"No âmbito do estudo da poesia do séc. XX e a propósito do Dia da Língua e da Cultura Portuguesa (5 de Maio), os alunos do 10º G leram, recortaram e pintaram o Poema da auto-estrada de António Gedeão."
Trata-se de um trabalho interdisciplinar (Português e Desenho A) sob a orientação das professoras Elsa Oliveira e Isabel Gouveia.



Dia Mundial do Livro - Concurso de marcadores

Já estão apurados os vencedores do "Concurso de Marcadores" realizado no âmbito das comemorações do "Dia Mundial do Livro e dos Direitos de Autor 2010". A saber:
Básico
1º prémio "ex-aequo": Isabel Pinto e Luísa Amorim
3º prémio: Vera Pinheiro
Secundário
1º prémio: Andreia Simões
2º prémio: Mariana Balbi
3º prémio: Raquel Carmona

Os marcadores apresentados a concurso encontram-se expostos nas vitrinas do átrio superior da BE.
Os prémios serão entregues em data a anunciar.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Concurso "A força das palavras"

Guillaume Apollinaire, "La cravate et la montre"

NOVO
A cerimónia de entrega dos prémios realizar-se-á dia 15 de Maio, pelas 16h, no Cine-Teatro Municipal João Mota.
É com muito gosto que anunciamos os vencedores dos escalões C e D da 3ª edição do concurso "A força das palavras" promovido pela Associação Cultural Ecos d'Art em colaboração com as escolas do concelho, da Câmara Municipal de Sesimbra e instituições bancárias.

Escalão C 

1º prémio “E elas voaram”, subscrito pelo pseudómino Isabella Bongiovi, correspondente a Isabel Lúcio Firme Pinto da Escola Secundária de Sampaio.

2º prémio “Ciclo da vida”, subscrito pelo pseudómino Sara Nascente, correspondente a Luísa Amorim da Escola Secundária de Sampaio.

3º prémio “À descoberta da poesia”, subscrito pelo pseudómino Flor de Liz, correspondente a Patrícia Alexandra da Silva Gago da Escola Secundária de Sampaio.

Foram ainda atribuidas as seguintes Menções Honrosas:
“As minhas escolhas”, subscrito pelo pseudónimo Dipsy, correspondente a Sofia Alexandra Batista Laureano da Escola Secundária de Sampaio.

“Estrela”, subscrito pelo pseudónimo Nimue Carvalho, correspondente a Flávia Lúcio Firme Pinto da Escola Secundária de Sampaio.

Escalão D

1º prémio “Ad Infinitum”, subscrito pelo pseudónimo Amália Magalhães, correspondente a Catarina Monteiro de Vasconcelos da Escola Secundária de Sampaio.

2º prémio “Tobby, muito mais que um cão… ” subscrito pelo pseudónimo Kate Marquez, correspondente a Ana Catarina Marques Martins da Escola Secundária de Sampaio. (05/05/10: de acordo com os pontos 6 e 7 do regulamento do concurso, este texto foi desclassificado)

3º prémio “Ainda te lembras de mim, de ti, de nós?”, subscrito pelo pseudónimo Rodrigo Canas, correspondente a Catarina Purificano Carapinha da Escola Secundária de Sampaio.

NOVO- 07/05/10
Dando cumprimento aos pontos 6 e 7 do regulamento do concurso, a Direcção da Associação Cultural Ecos d'Art, tendo em conta a pontuação atribuída pelo júri concelhio, decidiu proceder ao reajustamento neste escalão, ficando assim ordenados os vencedores:
1º prémio “Ad Infinitum”, subscrito pelo pseudónimo Amália Magalhães, correspondente a Catarina Monteiro de Vasconcelos da Escola Secundária de Sampaio.

2º prémio “Ainda te lembras de mim, de ti, de nós?”, subscrito pelo pseudónimo Rodrigo Canas, correspondente a Catarina Purificano Carapinha da Escola Secundária de Sampaio.


3º prémio “Pérolas”, subscrito pelo pseudónimo Cuby, correspondente a Joana Carmen Figueira da Escola Secundária de Sampaio.


Foram ainda atribuidas as seguintes Menções Honrosas:

“Um Encontro no metro”, subscrito pelo pseudónimo Sara Manuela, correspodente a Rita dos Santos Ribeiro da Escola Secundária de Sampaio.

“O último capítulo”, subscrito pelo pseudónimo Kelly, correspondente a Joana Ribeiro Pinto da Escola secundária de Sampaio.

“Quatro tempos”, subscrito pelo pseudónimo Henrique Silva, correspondente a Joana Inês Bastos Gavina da Escola Secundária de Sampaio.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Dia da Língua Portuguesa - Espectáculo "800 anos de poesia"

Kabuki
"Os poetas portugueses de A a Z, ou seja, desde os cantares de amigo até aos nosso dias; são cerca de 800 anos de amores, desamores, tristezas, alegrias, saudade e toda a génese poética de se ser português. Poesia encenada, dramatizada e dita numa homenagem aos grandes actores que fizeram das palavras ditas uma arte maior como João Villaret, Mário Viegas, Eunice Munoz, João Perry ou João Grosso. Para aprender a gostar de poesia e gostar de poesia aprendendo. Autores: Luís de Camões, Florbela Espanca, Antero de Quental, Fernando Pessoa, Cesário Verde, Alexandre Herculano, Almeida Garrett, Almada Negreiros, Sá de Miranda, Bocage, Gil Vicente, Mário de Sá-Carneiro, Guerra Junqueiro, Camilo Pessanha e muitos outros."
Hoje, 3 de Maio, na sala E1 da Escola Secundária de Sampaio pelas 11 horas.

domingo, 2 de maio de 2010

Dia da Mãe

Almada Negreiros
Este poema de Eugénio de Andrade é incontornável:

POEMA À MÃE


No mais fundo de ti,
eu sei que traí, mãe.

Tudo porque já não sou
o retrato adormecido
no fundo dos teus olhos.

Tudo porque tu ignoras
que há leitos onde o frio não se demora
e noites rumorosas de águas matinais.

Por isso, às vezes, as palavras que te digo
são duras, mãe,
e o nosso amor é infeliz.

Tudo porque perdi as rosas brancas
que apertava junto ao coração
no retrato da moldura.

Se soubesses como ainda amo as rosas,
talvez não enchesses as horas de pesadelos.


Mas tu esqueceste muita coisa;
esqueceste que as minhas pernas cresceram,
que todo o meu corpo cresceu,
e até o meu coração
ficou enorme, mãe!


Olha –queres ouvir-me?-
às vezes ainda sou o menino
que adormeceu nos teus olhos;

ainda aperto contra o coração
rosas tão brancas
como as que tens na moldura;


ainda oiço a tua voz:


Era uma vez uma princesa
No meio de um laranjal...


Mas –tu sabes- a noite é enorme,

e todo o meu corpo cresceu.
Eu saí da moldura,
dei às aves os meus olhos a beber.


Não me esqueci de nada, mãe.
Guardo a tua voz dentro de mim.
E deixo-te as rosas.

Boa noite. Eu vou com as aves.

Mas também gostamos muito deste:

FONTE-II


No sorriso louco das mães batem as leves
gotas de chuva. Nas amadas
caras loucas batem e batem
os dedos amarelos das candeias.
Que balouçam. Que são puras.
Gotas e candeias puras. E as mães
aproximam-se soprando os dedos frios.
Seu corpo move-se
pelo meio dos ossos filiais, pelos tendões
e orgãos mergulhados,
e as calmas mães intrínsecas sentam-se
nas cabeças filiais.
Sentam-se, e estão ali num silêncio demorado e apressado,
vendo tudo,
e queimando as imagens, alimentando as imagens,
enquanto o amor é cada vez mais forte.
E bate-lhes nas caras, o amor leve.
O amor feroz.
E as mães são cada vez mais belas.
Pensam os filhos que elas levitam.
Flores violentas batem nas suas pálpebras.
Elas respiram ao alto e em baixo. São
silenciosas.
E a sua cara está no meio das gotas particulares
da chuva,
em volta das candeias. No contínuo
escorrer dos filhos.
As mães são as mais altas coisas
que os filhos criam, porque se colocam
na combustão dos filhos, porque
os filhos estão como invasores dentes-de-leão
no terreno das mães.
E as mães são poços de petróleo nas palavras dos filhos,
e atiram-se, através deles, como jactos
para fora da terra.
E os filhos mergulham em escafandros no interior
de muitas águas,
e trazem as mães como polvos embrulhados nas mãos
e na agudeza de toda a sua vida.
E o filho senta-se com a sua mãe à cabeceira da mesa,
e através dele a mãe mexe aqui e ali,
nas chávenas e nos garfos.
E através da mãe o filho pensa
que nenhuma morte é possível e as águas
estão ligadas entre si
por meio da mão dele que toca a cara louca
da mãe que toca a mão pressentida do filho.
E por dentro do amor, até somente ser possível
amar tudo,
e ser possível tudo ser reencontrado por dentro do amor.
Herberto Helder