papa-livros

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"papa-livros", título proposto pelos alunos do 9º ano (2007/08), é o "blogue" da BE/CRE da Escola Secundária de Sampaio.
Está aberto à participação de todos (alunos, professores, funcionários e pais/encarregados de educação).
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terça-feira, 13 de maio de 2008

"O livro das interditas criaturas" (10º F)


"Depois viajávamos até ao grande lago onde nosso pequeno rio desaguava. Aquele era o lugar das interditas criaturas. Tudo o que ali se exibia, afinal, se inventava de existir."
Mia Couto, "Nas águas do tempo" in Estórias abensonhadas


(1)
"Promoteu era um monstro, grande e forte, cheio de pêlo, com umas garras enormes e patas pontiagudas, tinha uns cornos retorcidos, como um carneiro, no cimo da cabeça. O focinho era longo e os dentes aguçados. De orelhas pontiagudas, era marreco e tinha as pernas voltadas para trás. Era barrigudo e tinha uns braços compridos que tocavam no chão.
Tinha ido para a outra margem com o objectivo de guardar a passagem das pessoas e seres curiosos para quem ainda não tinha chegado a hora."
João Casaca
(2)
"Longos cabelos, azuis meia-noite, entrançados com algas. Olhos baços, pele escamada. As suas vestes, outrora belas, estavam agora reduzidas a farrapos e amarelecidas pelo tempo. Segurava um espelho com todo o cuidado.
Estava ali há muito tempo. O seu amaldiçoado amor ddeixara-a com a promessa de voltar. Tal não aconteceu, nem iria acontecer. Ela ainda esperava, mesmo sabendo que, provavelmente, estaria morto.
A única coisa que ele lhe deixara fora aquele espelho, onde, com o passar do tempo, aprendera a ver o que ocorria no mundo. Aprendera também a controlar as águas e a ver o futuro."
Sara Figueira
(3)
"Trata-se de um ser incrível, grotesco e horripilante. É enorme e podemos ver através dele. Os seus olhos reflectem o fundo da sua alma, negra e vazia. É um ser solitário que deambula por entre as árvores, suspirando, num desespero tal que dá pena.
Ninguém sabe a razão por que está ali. Há quem diga que foi abandonado para morrer; outros dizem que sempre viveu ali, tudo especulações visto que ninguém o conhece de verdade.
Mesmo assim, e apesar da sua aparência assustadora, a criatura é pacífica, limita-se a andar pelo lago, dia e noite, suspirando e lamentando a sua triste existência."
Débora Marques
(4)
"Era uma criatura grande e feia. A sua cara era enrugada e tinha uns grandes olhos esbugalhados. Todo seu corpo estava coberto por uma espécie de lama verde. As suas mãos eram enormes e conseguiam esmagar uma cabeça humana com um só aperto.
Aquela criatura encontrava-se naquele lago, pois era assustadora demais para que alguém a pudesse ver. Estava ali há centenas de anos e nunca conhecera outro lugar.
Aparentemente era inofensiva. Passava os dias a nadar naquelas águas. Mas devido ao seu aspecto horripilante, ninguém se aproximava dela. Vivia só desde que nascera e era assim que acabaria os seus dias."
Rita Ribeiro
(5)

"Numa das noites em que eu e o meu avô voltámos ao lago, ouvimos um som nunca antes ouvido. Era um grito angustiante que vinha do fundo do lago e não cessava.
Convenci o avô a irmos investigar, pois a curiosidade estava a dar cabo de mim, mas nem foi preciso remarmos muito, pois o "animal" tinha vindo à superfície e dirigia-se para a margem.
Era de um tom verde pálido e estava todo coberto de lama. Os olhos, escuros, sem brilho, tinham o tamanho de uma bola de golfe. Além de assustado, eu estava espantado com a aparência daquele "animal"
O avô explicou que todos os bichos nasciam de ovos e, pelo avaliar, aquele deveria ser novo e estava ali porque se alimentava de algas.
Nisto, ouviu-se outro grito e a criatura desapareceu debaixo de água."
Catarina Carapinha




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